domingo, 24 de março de 2013

Nua

gosto do gesto que diz quando gosta
de fala que cala
de beijo que molha.
gosto de cor que me pinta
linha que me borda
pele que me veste.
gosto do tremor que abala
do teto que cai
do que me desarma.
gosto da sinestesia
da mistura entre dois, entre nós
do alento, acalento, acalanto lento.
gosto da música que fecha meus olhos
que me abre a alma
que me invade, desvenda, devora.
gosto de mão que me largue
de vontade que me agarre
de segundo que me leve.
gosto da poesia
da rima que muda
da entrelinha surda.
gosto do verso que manda
dos dedos que obedecem
da verdade que me despe,
que me mostra assim:
nua.

(com a minha máscara)

Um comentário:

Felicidade Clandestina. disse...

Tua escrita é a tua força, tua nudez, teu modo de te jogar no mundo como vieste a ele: nua. Tu és toda poesia, quero tomar todo o teu poema de uma vez <3 LINDO!