segunda-feira, 4 de março de 2013

ensolarada.

vi o dia nascer num céu de anos atrás, num vento de anos atrás, num lugar que sempre foi meu e sempre será. ultimamente as paredes andam vazias, sem quadros, pinturas, rabiscos ou qualquer outra coisa velha que me divirta no novo. espero assustada, apesar da esperança, porque sou assim desde que me conheci: meio medrosa e meio louca. mas a verdade é que eu vi mesmo o dia nascer, depois de já ter dormido um bom tempo. decidi acordar e olhar pela janela um pedaço de sol, sabendo que mais tarde surgiria uma nuvem ou outra que nos molharia, que nos faria correr no meio da rua, pra um lugar escondido que ninguém sabe, que ninguém vê. sei que me escondi no teu peito pra não me molhar mais ainda, que ando meio cheia de lágrimas pra derramar. disseram que tenho o rosto choroso constantemente, e isso esbarra no comentário que repetes sobre o vermelho do meu nariz e das bochechas. não sei se gosto, mas aprendi a esperar as palavras, os elogios, tudo aquilo que já é programado pra sair da tua boca, e que fico tão feliz quando acerto. conhecer o outro tão bem é um privilégio que poucos deveriam ter, e que não deve ser exato pra ninguém. gostoso mesmo é descobrir um novo gosto, uma mudança repentina de comportamento, quem sabe guiada por um sonho antigo, quem sabe por um momento presente, tão valioso que é melhor deixar guardado entre duas mãos, entre dois sorrisos. gostei de viver de surpresas, tenho apostado no que fará bem, e espero acertar. se eu errar mais uma vez, bem... acontece. sempre vai ter outra esquina pra dobrar, e trago isso bem forte e claro dentro de mim, feito esse sol que vi nascer num curto espaço de tempo, depois de um longo espaço de tato. vou andando assim, ora na frente, ora atrás. vou seguindo assim, ao lado de gente que me faz bem. ando, inclusive, ao lado de mim.

a chuva marota da tarde. um amor que respinga no rosto e faz o sorriso se abrir.

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