depois de tentar camuflar de vermelho
todas as verdades cinzas escondidas
todos os gestos perdidos
deixados ao vento
levados sem dó
sem sol
sem mim
nem nós
depois de tentar segurar os nós
que atamos há um bom tempo atrás
presos por cordas velhas
desgastadas
sem força pra segurar
o que vinha sendo perdido
depois de tentar viver todos os dias
com a mesma força
com a mesma fé
com o mesmo olhar seguro
de um futuro ali pertinho
prestes a ser alcançado
vejo que devo estar perdendo o jeito
de te manter por perto
de te fazer durar
de estar nos teus desejos
de me fazer tua
apesar de algumas promessas
de algumas belas noites
quando a tua voz
parece estar
bem perto
apesar dos carinhos sinceros
da saudade dos beijos
dos abraços
do teu cheiro no minha mente
na minha pele
só hoje
nesse exato momento
eu só consigo sentir
o que evitei por
tanto tempo
a tua mão largando a minha
saindo da minha nuca
da minha cintura
das minhas pernas
essa força estranha
me tirando de ti
a gente evaporando
se desfazendo
se desatando
e tu indo embora
.
.
.
aos poucos
.
.
.
doendo devagar
.
.
.
e eu ainda te vejo ali
mas ali
é tão longe
.
.
.
3 comentários:
Esse ali tão longe, dói no peito.
;*
Adorei tudo que li aqui, quanto encanto!
por mais que os corações permaneçam ligados, quando os corpos não se encaixam mais, tudo finda.
Pois nada é eterno.
Só as lembranças e sua poética.
Muito bom.
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