segunda-feira, 12 de setembro de 2011

...

eu não quero esquecer de lembrar
que não se pode esquecer
do que deve ser lembrado
nem um único dia
nem um único segundo.

que o tempo não dá chance
de apagar as horas gastas
com tudo aquilo
que nunca valeu a pena.

tudo o que deveria ser pequeno
e cresce devido a todas essas grandes
besteiras que a gente traz na mente
acaba apagando o que sempre foi enorme.

a vida passa
mesmo que não seja vivida
com toda a vivacidade
que deveria ser.

acaba até
o final sem final.

evapora até
o que sempre foi sólido.

deixa a porta aberta:
o que tem que ser,
simplesmente é.

acalma a mente:
às vezes os pedaços que sobram
se juntam de novo.

a gente pode até morrer,
mas renasce.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, Mariana, que lindo! Os três primeiros versos me lembraram muito os poemas de Fernando Pessoa, escritos como Alberto Caeiro. Você está escrevendo cada vez melhor! Amo ler tudo o que você escreve! Beijão =)

Luna Sanchez disse...

A gente consegue apagar quando deixa de fazer sentido, quando "descola" da alma. Antes não.

;)

Um beijo.

Nara Sales disse...

Renascer. Mas renascer com a alma inteira. Desapegar de tudo o que causa dor. O processo é lento e também dolorido, mas a força de dentro é sempre maior.
Li dia desses uma frase muito simples mas inteiramente grande quando sentida, se não me engano é do Caio Fernando: "O que é pra ser tem muita força".