quinta-feira, 18 de junho de 2009

Elas, eu e o nosso mundinho que não é encantado.

As palavras surgem de sombras colocadas ali ao acaso.
Vem até mim e damos as mãos. Formamos um circulo.
Rodamos, rodamos. Ficamos tontas. Caímos no chão.


Elas se levantam ates de mim. As palavras sempre vieram antes.
Penso que não sou eu quem as escrevo, mas elas que criam vida
e escrevem a minha história como acham melhor.
As palavras me moldam, me conduzem.
Sempre foram como uma fortaleza para mim.


Elas tomam a forma de uma capa,
me cobrem , me deixam invisível.
Com elas eu vou pra qualquer lugar,
elas me dão a oportunidade de voar.

Damos as mãos novamente,
colorimos o céu com a ponta dos nossos dedos.
Elas possuem um brilho próprio,
às vezes me fazem parecer opaca,
talvez até sem graça, mas eu as perdôo.
Pessoas erram, palavras deveriam ter esse mesmo direito.


“Palavras apenas, palavras pequenas, palavras... momentos”,
é como diz a canção. Tão pequenas, tão banais,
mas com um poder absurdo.
Elas tem um mundo inteiro em suas mãos.
Tal privilégio que eu já pedi emprestado,
obtendo não como resposta.
Não as desprezei por isso.
A justiça pode parecer injusta aos olhos humanos.


Mas as palavras andam longe da injustiça,
elas são apenas reais.
E eu sempre amei a realidade...

mariana andrade*

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