sábado, 16 de maio de 2009

Então tomou fôlego,


Suas mãos estavam trêmulas, ela não sabia muito bem o que falar. "É mesmo necessário?", pensava, e ela mesma respondia "é, deve ser, senão eu não teria vindo até aqui". Levantou suas mãos, mas abaixou-as novamente. Tinha medo, medo de bater na porta, medo do que ainda não havia acontecido.

Respirou fundo, sentiu o ar gelado lhe consumir, mas tomou coragem novamente. Sentou-se na escada em frente à porta, olhou atentamente para as árvores tomadas pela neve, o que haveria embaixo dos flocos branquinhos? Remexeu sua bolsa vermelha freneticamente, pegou uma pequena escova, arrumou os cabelos, passou um pouco de gloss, queria estar linda. Percebeu que de nada adiantava arrumar-se, o que realmente valia era o que havia em seu coração, não no seu corpo.

Lembrou-se das diversas vezes que já havia passado por essa situação. "Por que parece tão dificil agora?", era o que mais lhe perturbava.

Acaumou-se novamente, levantou da escada, caminhou até a porta. Olhou pra cima, era uma bela casa, com dois andares, bem melhor que a sua, pra falar a verdade. Exitou um pouco ao bater na porta, mas esperou até que alguém abrisse. "Pode entrar", disse a senhora simpática que havia atendido.

Sentada no sofá enorme ela relaxou. "Tenho apenas que ser eu mesma", pensou. E deixou escapar em voz alta "Seja o que Deus quiser".



Arriscou-se, e acertou em cheio.