sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

a/mar/é

nado na saudade
contra a maré, permaneço.
um braço após um outro
um laço amarrado na margem,
na curva do teu sorriso.

[som de riso
de pingos de chuva
de música gritada
de quarto frio
de coisa nova]

a correnteza insiste
em me tirar do lugar
jogar de um lado pro outro
pra cima e pra baixo.
me cansa e desencanta
me faz pensar que
não vale a correria.
[melhor diminuir o ritmo]

sinto o laço tensionar
me puxar
me ajudar a nadar.
teu sorriso às vezes me salva
me tira do fundo,
da paranoia.
tua vontade às vezes me lava
fujo do velho oceano
e afundo em teu mar.

[quero um redemoinho de amor
pra me estrangular,
me tirar o ar.
quando chegar ao fim,
vou poder respirar]

não tenho me esforçado
pra nadar em tua direção
porque teu carinho me agarra
e não solta.
tua vida me chama
e eu respondo:

vou!


[abro os braços,
solto as pernas.
escolhe o caminho..
me leva
.
.
.

(em 07/14)

4 comentários:

ticoético disse...

É lindo nos braços do amor poder soltar-se.

Abraço!

PS:você arrasa,Mariana!

Diego Morais Viana disse...

teu sorriso às vezes me salva
me tira do fundo,
da paranoia.

Sensacional.
Poetisa de mão cheia.
Parabéns.

Idbas disse...

lindo poema. Você é talentosa :)

Adriana Ribeiro disse...

eu sempre vou amar teus versos.. (: