quarta-feira, 30 de março de 2011

Eu não sei mais remar.

"pode ser da vida acostumar"
mas não acostuma
porque não dá

minha mãe que diz:
não é que não dê..
é que não dá!

que tudo isso é bem mais
do que a maioria
aqui e lá
pensa que é

quem me dera, Deus
ser tão simples quanto parece...

quem me dera
ser só saudade
só vontade
e só amor

não é
não é

e a fé que eu tinha pra apontar..
cadê?

e tudo aquilo
em que eu costumava acreditar..
cadê?

(...)

por mais que doesse,
me fazia bem ser mar..
eu tirava a parte ruim que insistia em transbordar
transformando-me em grandes ondas no final do dia.

mas agora...
aqui só tem água parada.
e não transborda mais nada
porque o excesso escorre pelas brechas
abertas em cada canto
do corpo.
da alma
levando embora junto
o que sobrara
de mim.

mim...
cadê?

3 comentários:

Stella Rodrigues disse...

que saudade de refletir aqui. lindissimo (: maravilhoso blog como sempre

Anônimo disse...

Nossa, muito profundo... Lindo, mesmo. Será que posso lhe definir como o mar?

ticoético disse...

Ah,Mari,dá um jeito nestas brechas,faz remendo,faz qualquer coisa,o que não pode é ficar triste assim,perder a esperança,isso jamais,enfim.

abraço !

ps:quem disse que a tristeza não é bela!?!