terça-feira, 29 de setembro de 2009


Abri as janelas de vidro fosco esperando que o ar pudesse entrar. Quem sabe assim minha respiração voltasse, não é mesmo? Quem sabe, depois de ficar presa em meu mundo que, varia de preto a cor de rosa, eu não pudesse levantar a cabeça e deixar meus cabelos voarem...
Mas o tempo estava parado, não havia rastro de atmosfera que suprisse as necessidades deste pulmão cansado. Sim, cansado de arrancar ar de frestas quaisquer. De quem seria a culpa pelo fato de o vento não me obrigar mais a fechar os olhos?
Porque, se não me falha a memória, há pouco tempo atrás, a brisa era tão intensa que carregava consigo tudo o que cruzava o seu caminho. Eram pedaços de vidro-coração cobertos inteiramente pelas gotas de lágrimas-chuva que os alcançavam sem pedir permissão.
Lembro-me que a falta da tal permissão me trouxe problemas. Retirou o chão que eu tinha como base e fez meu corpo ir cedendo ao vácuo.
Eu apenas caía, mas nunca chegava ao fundo.
Não havia fundo, afinal.
E eu nem percebia o que era aquilo.



Há pouco, provei da infinitude, mas a perdi por entre os dedos de minhas mãos, simplesmente por não tê-la reconhecido.



mariana andrade*

13 comentários:

Márcia disse...

adoro o jeito que fantasias as palavras, e então, tudo faz sentindo como uma música, ah, e também eu amo a tua profundidade, e o jeito que és intima das palavras, enfim, vou continuar a tentar escrever tão bem né, e ah, imagem by eu forever

Mariposa disse...

adorei os textos do blog
:)

Raquel Diniz disse...

Muito lindo.. Saber se expressar dessa forma, é fascinante!

^^

Maria Midlej disse...

Eu tô sem palavras. Coisa mais linda x)

disse...

adorei MEESMo o seu texto.

Anônimo disse...

que lindo seu texto ;)
adorei

disse...

PS: ELE TEM UM BEEEEELO TANQUINHO 6666

collectors of emotions disse...

Que texto lindo, *-* Pode parando que vou roubar ele pra mim, kkkkkk', zuera amr.
Obrigada pelos comentarios lindos, bjs.

Anônimo disse...

"Eram pedaços de vidro-coração cobertos inteiramente pelas gotas de lágrimas-chuva que os alcançavam sem pedir permissão." como escreves bem marii, amei essa parte. Amo os teus textos, vc me inspira à tentar escrever cada vez mais.

;* gata doida do beco. t-e-a-m-o... meaaoo pra ti. =)

Mariana Andrade. disse...

oooooooooount, minhas gatinhaas, obrigada(:

luz e cores ;*

Lay. disse...

"Eu apenas caía, mas nunca chegava ao fundo.
Não havia fundo, afinal.
E eu nem percebia o que era aquilo."


Às vezes a gente quer chegar ao fundo pra poder enfim voltar a superfície. Aí a gente não encontra o fundo e não sabe o que fazer sem teto e nem chão.

Lindo :D
Beijoos

Bia Magalhães disse...

Poderia ficar o dia inteiro lendo se continuasse...
mt bom!!!
Palavras no lugar certo!
;*

Mariana Andrade. disse...

obrigada de novo (:
bjs ;*