Olhei pra cima, não conseguia enxergar o topo. Tudo o que havia pela frente eram degraus e mais degraus, e eu fiquei perdida na minha ansiedade, minha tola ansiedade. E a cada passo que eu dava, a cada degrau que eu avançava, parecia que toda aquela dor ía cessando pouco a pouco. Eu esperava que, chegando ao topo, não haveria mais sofrimento, então continuei subindo.
Eu avançava, ía admirando as cores ao meu redor. Era como um arco-íris sem fim. As cores me consumiam, mu puxavam pra mais perto. Elas eram tão bonitas, afinal... Lutei contra elas. Olhei pra frente e evitei-as por alguns instantes. Mas eu estava tão tentada..
O topo estava bem na minha frente, não havia porque desistir. Então dei uma ultima olhada pras cores. Não resisti. E pulei.
Por um momento senti o vento em meu rosto e dancei com o arco-iris, mas aquele lugar não era desprovido de gravidade. Caí no chão. Meu corpo doía por inteiro, minha alma sofria por trazer de volta todas aquelas dores.
Eu havia desistido no ultimo momento. Havia desistido por algo que eu nem mesmo conhecia bem.
Levantei, olhei pro céu, pedi perdão, e recomecei.
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