quinta-feira, 14 de maio de 2009

Em um feixe de luz,


E no breu vê-se uma pequena lanterna, cuja luz não é capaz de iluminar o espaço todo. Mas ela chega mais perto, imagina quem esteve ali antes, quem deixou uma lanterna acesa em meio às trevas.

Teria simplesmente esquecido sua fraca luz ali? Parecia haver algo mais, parecia haver um segredo maior escondido ali.

Estava cada vez mais perto, e, de repente, viu que a luz apontava pra um grande espelho. Antiga moldura de um material dificil de reconhecer, talvez ferro, talvez aço. A luz refletia no espelho e voltava-se novamente para a menina. Ela olhou seu rosto. Assustada, confusa, com medo.. como distinguir? Como explicar?

Parada sozinha no meio das trevas. Mas ainda havia uma luz. E a medida que ela avançava a luz tornava-se mais forte. Ela tocou o grande espelho com suas mãos trêmulas, as duas ao mesmo tempo. De um modo inexplicável seu toque pareceu atravessar a moldura. Mais tarde o resto do corpo foi puxado para dentro.

Chegou a um lugar onde breu não mais predominava, trevas não mais existiam. Como portal que a levara a um universo paralelo desapareceu. Já não havia mais lanterna, muito menos moldura de ferro. Já não havia mais o pequeno feiche de luz.


Tudo escureceu por um momento. Um longo segundo na escuridão total, porém diferente da que a menina havia visto do outro lado do espelho. Ali tudo parecia possuir um brilho próprio. É dificil de explicar, só estando lá para entender completamente.

E voltou a luz. Ela viu o sol, os raios que pareciam tocá-la. Sentiu calor, mas não como havia sentido antes, e sim como calor que acolhia, que a levava pra mais perto de si.

Afogou-se em pensamentos, e só então percebeu que estava boiando em um grande mar. Mar com ondas que tocavam o céu. Mar que deixava molhadas as nuvens branquinhas.

Avistou o horizonte ao longe. Já haviam acontecido tantas coisas estranhas, será que ela poderia nadar até lá então?

Chegou ao destino, tocou a linha tênue, e, exatamente como a lanterna de brilho fraco que havia visto anteriormente, desapareceu.


Como feixe de luz, que de uma hora pra outra simplesmente some.

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