domingo, 9 de fevereiro de 2014

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posso ser moça, louca, tua, solta, rima, verso, inverso, poesia. e me faço gesto, certo ou incerto? me escrevo caneta, me sinto palavra, sem acento, sem tempo, sem choro, sem nada. eu não mais me apago. me grito, declaro legal essa ausência de ritmo, essa ânsia pelo íntimo, corpos, tua pele na minha, tua boca em minha boca, eu me rasgo, me abro, te invado, suspiro. não quero sussurros, somente os mais altos, audíveis ao pé do ouvido, sensíveis ao tato, quebrando barreiras, estourando tímpanos, ecoando notas, transformando os dias, as casas, as falas, as cenas. só sou personagem de autobiografias autorizadas, mas fora da lei me continuo, insensata, porém consciente da vida, das dores, das gentes, do vento que leva, das cinzas, das idas. eu chego e não vou, quando for... me fixo. em mim, fico.

Um comentário:

Karina Nou disse...

Nossa, me identifiquei muitoo! tudo o que eu queria ter escrito...