quarta-feira, 1 de julho de 2009

O prazer solto no vento..

Acordei com o rosto úmido. Pensei que fossem lágrimas escorrendo sem querer. Nunca entendi porque isso acontece. Mas logo vi a chuva que passava livremente pela janela aberta.
Levantei-me sem muita disposição. Havia dormido tarde demais na noite anterior. Eu sempre perco o sono fazendo planos impossíveis – e não adianta me dizer que tudo pode acontecer, eles são impossíveis SIM -. Às vezes durmo de olhos abertos. Por mais que eu tente, é difícil encontrar o botão de desligar. Pelo menos o reiniciar me ajuda nas situações mais críticas.
A janela fica bem acima da minha cama. Muitas vezes eu tive de acordar no meio da noite para fechá-la. Talvez seja meu pequeno carma. E será que essa coisa de carma realmente existe? Tantas coisas nesse mundo nos enganam, afinal. Deve ser apenas mais um enigma para me atormentar.
Senti o ar de 5 da manhã encher meus pulmões. Respirei umas 6 vezes antes de lembrar o que eu estava fazendo ali. É como se eu fosse facilmente hipnotizada pelo vento. Deixaria ele me levar pra longe, mas a coragem me falta.
Com o vento, chegaram os pingos de chuva. Gosto de ouvi-los batendo na janela. Parece que tentam chamar a minha atenção. Os pingos criam uma batida agradável. Às vezes meus pés acompanham seu ritmo.
Olhei pela janela, respirei fundo uma ultima vez, a chuva molhou meu rosto. Deitei-me na cama, ainda atraída pelo ar, pelas gotas, pela natureza, pelo céu. Atraída pela vida.


Acima de minha cama,
O vento ainda ultrapassava a janela,
Gotas d’água ainda podiam me tocar.
mariana andrade*

Nenhum comentário: